Como as Normas Ambientais Influenciam o Paisagismo de Áreas Públicas

A crescente conscientização sobre as questões ambientais tem transformado diversas áreas do planejamento urbano, e o paisagismo não é exceção. As normas ambientais têm se tornado cada vez mais relevantes, não apenas no cuidado com a natureza, mas também na promoção de espaços urbanos mais sustentáveis e saudáveis. Nesse contexto, as áreas públicas assumem um papel fundamental, pois são elas que, além de contribuir para a estética das cidades, proporcionam um ambiente de convivência que promove o bem-estar social e ambiental.

O paisagismo em espaços públicos vai além da simples beleza visual; ele envolve um equilíbrio entre a preservação dos recursos naturais e a criação de ambientes que favoreçam a interação humana, o lazer e a sustentabilidade. Este artigo tem como objetivo explorar de que maneira as normas ambientais impactam o design e a implementação do paisagismo em áreas públicas, discutindo as implicações dessas regulamentações para a qualidade de vida urbana e o meio ambiente.

O Que São Normas Ambientais e Qual Sua Relevância no Paisagismo?

Normas ambientais são um conjunto de leis, regulamentos e diretrizes estabelecidos para proteger o meio ambiente e promover o uso sustentável dos recursos naturais. No contexto do planejamento urbano, essas normas garantem que o crescimento das cidades ocorra de maneira equilibrada, respeitando os ecossistemas locais e minimizando os impactos ambientais. No paisagismo, elas orientam desde a escolha das espécies vegetais até o manejo de áreas verdes e a gestão de água da chuva, contribuindo para ambientes mais saudáveis e sustentáveis.

Como as Normas Ambientais Buscam Promover a Sustentabilidade

As normas ambientais têm como principal objetivo garantir que o desenvolvimento humano ocorra sem comprometer a qualidade ambiental e a biodiversidade. No paisagismo, essas normas ajudam a:

Reduzir a degradação do solo e a erosão;

Incentivar o uso de espécies nativas, reduzindo a introdução de plantas invasoras;

Regular o manejo de áreas de preservação permanente;

Promover a reutilização da água da chuva e a implantação de jardins filtrantes;

Minimizar o impacto das mudanças climáticas, contribuindo para o conforto térmico e a qualidade do ar nas cidades.

Exemplos de Normas Nacionais e Internacionais que Influenciam o Paisagismo

Diversas normas e legislações influenciam o paisagismo, garantindo que a execução dos projetos respeite o meio ambiente. Algumas delas incluem:

No Brasil:

Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428/2006): Regula o uso e a proteção da vegetação desse bioma, limitando desmatamentos e incentivando a preservação de áreas verdes.

Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBRs): Como a NBR 16247, que estabelece diretrizes para o paisagismo sustentável, incluindo o uso racional de recursos hídricos.

Código Florestal (Lei nº 12.651/2012): Define regras para a proteção de vegetação em áreas urbanas e rurais, como a manutenção de áreas de preservação permanente (APPs).

Internacionalmente:

Diretiva da União Europeia sobre Gestão da Água (Water Framework Directive – 2000/60/EC): Estabelece normas para o manejo sustentável da água, influenciando projetos paisagísticos que envolvem drenagem e reuso.

Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB): Acordo global para conservar a biodiversidade, incentivar o uso sustentável dos recursos naturais e integrar a sustentabilidade em projetos urbanos e paisagísticos.

LEED (Leadership in Energy and Environmental Design): Certificação internacional que estabelece padrões para construções e paisagismos sustentáveis, promovendo práticas ambientalmente responsáveis.

O conhecimento e a aplicação dessas normas são essenciais para garantir que os projetos de paisagismo contribuam para a preservação ambiental, promovendo espaços urbanos mais equilibrados, sustentáveis e benéficos para a sociedade.

Diretrizes Ambientais no Paisagismo de Áreas Públicas

O paisagismo de áreas públicas, cada vez mais, precisa incorporar práticas que promovam a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Para isso, as diretrizes ambientais têm se tornado essenciais para orientar a criação e manutenção desses espaços, garantindo que o uso de recursos naturais, como água e solo, seja feito de maneira responsável e eficiente.

O uso sustentável da água, por exemplo, é um dos principais desafios em projetos urbanos. Em muitas cidades, a escassez de água exige soluções que minimizem o desperdício, como sistemas de irrigação inteligentes e a adoção de plantas que necessitem de pouca água. Além disso, a escolha de espécies nativas para o paisagismo tem se mostrado uma prática crucial. Essas plantas são adaptadas ao clima local, demandando menos recursos e oferecendo benefícios para a fauna, além de fortalecer a biodiversidade local.

Outro aspecto relevante é o planejamento de sistemas que promovam o equilíbrio ecológico, como os Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável (SUDS). Estes sistemas buscam reduzir o impacto das chuvas no ambiente urbano, evitando alagamentos e promovendo a infiltração da água no solo. Ao integrar essas soluções, o paisagismo das áreas públicas pode contribuir para a resiliência das cidades, tornando-as mais preparadas para enfrentar desafios ambientais futuros.

Essas diretrizes são fundamentais para garantir que as áreas públicas não apenas embelezem o ambiente urbano, mas também desempenhem um papel ativo na proteção e valorização do meio ambiente.

Como as Normas Ambientais Impactam o Design e a Escolha de Materiais no Paisagismo?

As normas ambientais têm um impacto significativo no design de paisagens públicas, especialmente quando se trata da criação de espaços verdes que respeitem e promovam a sustentabilidade. Em resposta a essas exigências, os projetos paisagísticos estão cada vez mais voltados para a criação de ambientes urbanos de baixo impacto ambiental, que não apenas atendem às regulamentações, mas também contribuem para a saúde do ecossistema urbano.

Uma das principais diretrizes é a definição de espaços verdes de baixo impacto ambiental, que visam reduzir os danos ao ambiente natural e melhorar a qualidade de vida nas cidades. Isso envolve o planejamento de áreas que utilizem recursos naturais de maneira eficiente, promovam a biodiversidade e integrem soluções que respeitem as características locais. A escolha de plantas nativas, por exemplo, não só reduz a necessidade de manutenção intensiva, mas também ajuda a preservar os ecossistemas naturais, oferecendo abrigo e alimentação para a fauna local.

Além disso, as normas ambientais influenciam diretamente a seleção de materiais sustentáveis para os projetos paisagísticos. A preferência por materiais reciclados ou de baixo impacto ambiental, como madeiras certificadas, pedras naturais e compostos ecológicos, está se tornando uma prática cada vez mais comum. Esses materiais são escolhidos não apenas pela sua durabilidade, mas também por sua capacidade de minimizar o impacto no meio ambiente, seja na extração, no transporte ou na decomposição após o uso.

A tecnologia também desempenha um papel fundamental na adaptação do paisagismo às normas ambientais. Inovações como telhados verdes, jardins de chuva e pavimentos permeáveis estão sendo cada vez mais incorporadas aos projetos. Os telhados verdes ajudam a reduzir a temperatura urbana, promovem a absorção de água da chuva e melhoram a qualidade do ar. Os jardins de chuva, por sua vez, contribuem para a drenagem sustentável, evitando alagamentos e promovendo a infiltração da água no solo. Já os pavimentos permeáveis permitem que a água da chuva seja absorvida diretamente pelo solo, evitando o acúmulo de águas pluviais nas vias públicas.

Essas soluções tecnológicas, aliadas às normas ambientais, não apenas tornam os espaços públicos mais sustentáveis, mas também ajudam a criar ambientes urbanos mais resilientes e harmoniosos com o meio ambiente.

Exigências Legais para o Uso de Água e Energia nas Áreas Públicas

As exigências legais para o uso de água e energia em áreas públicas têm se tornado cada vez mais rigorosas, com o objetivo de promover a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais. Nesse sentido, as regulamentações ambientais buscam incentivar práticas de uso racional e eficiente desses recursos, minimizando desperdícios e promovendo soluções mais verdes e autossustentáveis.

Uma das normas mais relevantes é a que regula o uso racional da água, especialmente no contexto da irrigação de áreas verdes. Em muitas cidades, são exigidos sistemas de irrigação eficientes, como o uso de gotejamento, que direciona a água diretamente às raízes das plantas, evitando perdas por evaporação. Além disso, a reutilização de águas pluviais se tornou uma prática cada vez mais comum, onde a água da chuva é captada e armazenada para ser utilizada na irrigação de jardins, parques e outros espaços públicos. Essa abordagem não só ajuda a reduzir a demanda sobre os sistemas de abastecimento de água, como também contribui para a conservação dos recursos hídricos.

Em relação à eficiência energética, as normas legais têm incentivado o uso de soluções que garantam uma redução significativa no consumo de energia em áreas públicas. Um exemplo claro é a instalação de sistemas de iluminação de baixo consumo, como lâmpadas LED, que consomem menos energia e têm maior durabilidade. Além disso, a adoção de energias renováveis, como a instalação de painéis solares em parques e praças, tem se tornado uma tendência crescente. Essas soluções permitem que as áreas públicas se tornem autossuficientes em termos de energia, além de reduzir a pegada de carbono das cidades.

Exemplos de projetos que aplicam essas normas de forma eficaz incluem o Parque da Cidade, que em várias de suas áreas implementou sistemas de captação de água da chuva e uma rede de iluminação solar, e o Jardim Botânico, que adotou a irrigação inteligente e utiliza painéis solares para alimentar a iluminação noturna dos caminhos. Esses projetos não apenas atendem às exigências legais, mas também servem como modelos de como é possível integrar a sustentabilidade ao planejamento urbano, criando espaços públicos que respeitam o meio ambiente e promovem a qualidade de vida para os cidadãos.

 Inclusão da Sustentabilidade no Planejamento Urbano: O Caso das Áreas Públicas

A inclusão da sustentabilidade no planejamento urbano tem se tornado uma prioridade para cidades ao redor do mundo, com um foco especial no paisagismo de áreas públicas. As normas ambientais desempenham um papel crucial nesse processo, incentivando o uso de soluções sustentáveis que equilibram as necessidades urbanas com a preservação do meio ambiente. Através dessas regulamentações, é possível garantir que os espaços públicos não apenas atendam às demandas da população, mas também promovam a conservação dos recursos naturais e a saúde ambiental.

As normas ambientais têm incentivado, por exemplo, a integração de vegetação nativa no paisagismo urbano, uma prática que traz diversos benefícios. As plantas nativas são adaptadas ao clima local, o que significa que necessitam de menos água, fertilizantes e cuidados intensivos. Além disso, elas ajudam a fortalecer a biodiversidade, criando habitats para a fauna local e colaborando para o equilíbrio ecológico das cidades. A criação de corredores verdes, que conectam diferentes áreas naturais e proporcionam o fluxo de espécies animais e vegetais, é outra prática incentivada pelas regulamentações, promovendo a conectividade ecológica dentro do ambiente urbano.

A preservação de áreas de lazer e espaços naturais também se tornou uma diretriz importante nas políticas de planejamento urbano. Muitas cidades estão revitalizando parques e praças, preservando suas características naturais e criando espaços acessíveis para a comunidade, ao mesmo tempo em que protegem as áreas verdes de construções indiscriminadas. Isso não só melhora a qualidade de vida dos habitantes urbanos, mas também contribui para o bem-estar social, oferecendo locais para o lazer, a prática de atividades físicas e o convívio social.

O paisagismo também desempenha um papel vital na mitigação dos efeitos do aquecimento global. A arborização de áreas públicas ajuda a reduzir as temperaturas urbanas, combatendo as ilhas de calor, fenômeno comum em grandes cidades. Árvores e vegetação em áreas públicas agem como verdadeiros filtros naturais, promovendo a qualidade do ar ao absorver poluentes e liberar oxigênio. Além disso, plantas como arbustos e árvores ajudam na retenção de carbono, contribuindo diretamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Ao adotar essas práticas sustentáveis no paisagismo urbano, as cidades podem se tornar mais resilientes aos desafios ambientais do futuro, enquanto proporcionam aos cidadãos um ambiente mais saudável, agradável e em harmonia com a natureza.

A Influência das Normas Ambientais na Inclusão Social e Acessibilidade

O planejamento urbano sustentável não diz respeito apenas à preservação do meio ambiente, mas também à criação de espaços públicos que atendem às necessidades de todas as pessoas, sem exceção. Nesse contexto, as normas ambientais desempenham um papel fundamental ao integrar a acessibilidade ao paisagismo, garantindo que os espaços urbanos não apenas respeitem os aspectos ecológicos, mas também promovam a inclusão social. A interseção entre sustentabilidade e acessibilidade resulta em ambientes urbanos mais justos, acolhedores e funcionais para todos.

As normas de acessibilidade no paisagismo são essenciais para garantir que todos os cidadãos, independentemente de sua mobilidade, possam usufruir dos espaços públicos. Isso envolve a criação de caminhos acessíveis, rampas de fácil acesso, áreas de descanso e a eliminação de barreiras arquitetônicas. Além disso, essas normas devem ser combinadas com soluções ambientais, como o uso de materiais ecológicos e sustentáveis, e o planejamento de espaços que favoreçam a integração da natureza no cotidiano das pessoas. Por exemplo, o uso de pavimentos permeáveis não apenas atende à sustentabilidade, como também facilita o acesso de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

A criação de espaços públicos que atendem tanto às necessidades de acessibilidade quanto às questões ambientais contribui para um ambiente urbano mais inclusivo. Um exemplo disso são os parques e praças que integram áreas de lazer com espaços acessíveis, como calçadas largas, trilhas adaptadas e jardins sensoriais. Esses projetos, além de promoverem o acesso universal, também cuidam da biodiversidade local e favorecem a qualidade ambiental, permitindo que todos, inclusive pessoas com deficiência, desfrutem de áreas verdes e de convivência social.

Alguns projetos de paisagismo exemplificam como é possível unir os requisitos ambientais e as necessidades da comunidade. O Parque do Ibirapuera, em São Paulo, por exemplo, oferece trilhas acessíveis para cadeirantes, áreas de descanso com bancos sustentáveis e jardins de chuva, promovendo a drenagem eficiente da água da chuva. Outro exemplo é o Parque das Dunas, em Natal, que incorporou acessibilidade em suas trilhas ecológicas e, ao mesmo tempo, respeita as diretrizes ambientais, preservando a vegetação nativa e promovendo práticas de manejo sustentável.

Esses projetos demonstram como a combinação de normas ambientais e de acessibilidade resulta em espaços urbanos mais integrados, oferecendo não apenas bem-estar social, mas também um impacto positivo no meio ambiente. Ao garantir que todos possam usufruir de espaços públicos sustentáveis e acessíveis, as cidades se tornam mais inclusivas e resilientes aos desafios contemporâneos.

Desafios e Oportunidades no Cumprimento das Normas Ambientais no Paisagismo de Áreas Públicas

O cumprimento das normas ambientais no paisagismo de áreas públicas representa um grande desafio para os profissionais da área. O equilíbrio entre as exigências legais, o orçamento disponível e as expectativas da comunidade é uma tarefa complexa, que exige uma abordagem criativa e estratégica. Embora as normas ambientais tragam inúmeros benefícios para o meio ambiente e a qualidade de vida urbana, elas também impõem restrições e exigências que podem ser difíceis de implementar sem o devido planejamento.

Um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais de paisagismo é como integrar soluções ambientais eficazes dentro de um orçamento limitado. Projetos sustentáveis, como a implementação de sistemas de irrigação eficiente, o uso de materiais ecológicos e a instalação de tecnologias verdes, frequentemente exigem investimentos iniciais mais elevados. Além disso, as expectativas da comunidade nem sempre estão alinhadas com as exigências ambientais, o que pode gerar resistência a mudanças ou adaptações necessárias para garantir a sustentabilidade dos espaços. A educação e conscientização pública, portanto, se tornam cruciais para o sucesso desses projetos, ajudando a envolver a população no processo e a mostrar os benefícios a longo prazo dessas intervenções.

O impacto das mudanças climáticas também tem afetado as normas e práticas de paisagismo. A intensificação de fenômenos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas torrenciais e ondas de calor, tem exigido que as normas sejam constantemente atualizadas para refletir as necessidades de adaptação e resiliência. Por exemplo, as plantas escolhidas para o paisagismo precisam ser mais resistentes a mudanças no clima, como a escassez de água, o aumento das temperaturas e o aumento da incidência de pestes e doenças. As soluções de drenagem também precisam ser repensadas para lidar com as chuvas intensas e prevenir alagamentos, exigindo maior flexibilidade nas abordagens de design e execução.

Apesar desses desafios, há inúmeras oportunidades de inovação no planejamento de áreas públicas sustentáveis. As tecnologias emergentes, como sistemas de captação e reutilização de água pluvial, pavimentos permeáveis, telhados verdes e iluminação solar, oferecem soluções criativas que não apenas atendem às normas ambientais, mas também ajudam a reduzir os custos operacionais a longo prazo. Além disso, o uso de inteligência artificial e ferramentas de modelagem digital permite simular e otimizar projetos de paisagismo, garantindo que as soluções sejam eficientes e eficazes. O uso de plantas nativas e adaptadas também se destaca como uma solução sustentável, reduzindo a necessidade de irrigação e manutenção, ao mesmo tempo em que promove a biodiversidade local.

Essas oportunidades de inovação não se limitam apenas ao uso de novas tecnologias e materiais. O planejamento colaborativo, que envolve a comunidade e outras partes interessadas no processo de design, também tem se mostrado uma abordagem eficaz para criar espaços que atendam tanto às necessidades ecológicas quanto às sociais. Ao considerar os desejos e expectativas da população, os profissionais de paisagismo podem criar espaços mais inclusivos e mais alinhados com as necessidades locais, promovendo uma maior aceitação e engajamento da comunidade.

No geral, embora os desafios sejam significativos, as oportunidades de criar espaços públicos mais sustentáveis, inovadores e resilientes são enormes. O paisagismo tem o potencial de transformar as cidades, tornando-as mais verdes, mais adaptáveis às mudanças climáticas e mais equilibradas do ponto de vista social e ambiental.

Estudos de Caso: Projetos de Paisagismo que Incorporam Normas Ambientais com Sucesso

A aplicação bem-sucedida de normas ambientais no paisagismo urbano tem gerado resultados notáveis em diversas áreas públicas ao redor do mundo. Projetos de parques urbanos, praças e jardins públicos têm se destacado ao integrar práticas sustentáveis que não só atendem às exigências ambientais, mas também oferecem benefícios sociais, econômicos e estéticos. A seguir, vamos explorar alguns exemplos de áreas públicas que se destacam por sua abordagem criativa e eficaz na incorporação de normas ambientais.

Parque do Ibirapuera (São Paulo, Brasil)

O Parque do Ibirapuera é um exemplo clássico de como o paisagismo pode se alinhar com normas ambientais para criar um espaço público que respeite o meio ambiente e atenda às necessidades da comunidade. O projeto tem se destacado pela implementação de sistemas de drenagem sustentável, como os jardins de chuva, que ajudam a controlar o escoamento da água das chuvas e evitar alagamentos. Além disso, a vegetação nativa foi preservada e integrada ao novo design do parque, fortalecendo a biodiversidade local e reduzindo a necessidade de irrigação constante. O uso de plantas adaptadas ao clima tropical, como a palmeira de jardim e o ipê-roxo, reflete uma escolha inteligente que promove a sustentabilidade, ao mesmo tempo em que embeleza o espaço público.

High Line Park (Nova York, EUA)

O High Line Park em Nova York transformou uma antiga linha férrea elevada em um exemplo de paisagismo urbano que integra a sustentabilidade de forma criativa. O projeto é um modelo de como áreas urbanas degradadas podem ser revitalizadas de maneira ambientalmente responsável, utilizando plantas nativas da região para reduzir a necessidade de irrigação e manutenção. O design inteligente de drenagem foi implementado, incluindo sistemas de captação de água da chuva que são usados para irrigar a vegetação e reduzir o impacto das chuvas fortes. A vegetação também contribui para a melhoria da qualidade do ar, ao absorver poluentes e liberar oxigênio, além de proporcionar um habitat para aves e insetos.

Jardim Botânico de Curitiba (Curitiba, Brasil)

O Jardim Botânico de Curitiba é um exemplo de como o paisagismo pode contribuir para a conservação ambiental e promover a educação ambiental. O projeto utiliza práticas sustentáveis, como o uso de plantas nativas da região, que ajudam a preservar a biodiversidade local e requerem menos água e fertilizantes. O design do jardim também incorpora soluções inteligentes de drenagem, como o uso de caminhos permeáveis, que permitem que a água da chuva seja absorvida pelo solo, evitando o escoamento superficial e a poluição das águas pluviais. Além disso, o Jardim Botânico é um centro de pesquisa e educação, oferecendo ao público a oportunidade de aprender sobre a importância da sustentabilidade e da preservação ambiental.

Parque de la Ciutadella (Barcelona, Espanha)

O Parque de la Ciutadella, localizado no coração de Barcelona, é um exemplo notável de como integrar normas ambientais com a necessidade de criar espaços públicos acessíveis e funcionais. A vegetação nativa foi priorizada, criando um ambiente que suporta a biodiversidade local, e a irrigação foi otimizada por meio de sistemas sustentáveis. Além disso, o design do parque inclui um sistema de drenagem eficiente, que utiliza a vegetação e os elementos do paisagismo para filtrar e absorver a água da chuva, evitando problemas de alagamento. O parque também oferece um espaço verde que atende a diferentes grupos da comunidade, com áreas para lazer, eventos culturais e atividades físicas, promovendo a inclusão social.

Jardim de Tuileries (Paris, França)

O Jardim de Tuileries, um dos jardins mais emblemáticos de Paris, é um exemplo de como a preservação do patrimônio histórico pode ser combinada com práticas ambientais sustentáveis. Além de manter sua tradição como um espaço de lazer e relaxamento para os parisienses e turistas, o jardim foi adaptado para atender a normas ambientais contemporâneas. O uso de plantas nativas e resistentes ao clima parisiense ajuda a reduzir a necessidade de irrigação, enquanto as soluções de drenagem e o manejo da água da chuva contribuem para a sustentabilidade do projeto. O parque também foi projetado para promover a biodiversidade local, criando um ambiente equilibrado e saudável para flora e fauna.

Esses estudos de caso demonstram como é possível integrar normas ambientais no paisagismo de áreas públicas de forma eficaz e criativa. Ao adotar práticas como o uso de plantas nativas, soluções de drenagem inteligentes e o uso responsável de recursos naturais, esses projetos não apenas cumprem as exigências legais, mas também criam espaços públicos que promovem a sustentabilidade, a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade.

Dito isto, seguir as normas ambientais no paisagismo de áreas públicas é essencial para garantir a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais, especialmente em um cenário urbano cada vez mais pressionado pelo crescimento populacional e pelos impactos das mudanças climáticas. Ao adotar práticas ecológicas e regulamentações que respeitam o meio ambiente, estamos não só criando espaços mais verdes, mas também contribuindo para a formação de cidades resilientes e preparadas para o futuro. O paisagismo bem planejado, que segue essas normas, tem o poder de transformar áreas urbanas em oásis de bem-estar, equilíbrio ecológico e beleza natural.

O impacto positivo de um paisagismo bem planejado vai além da estética. Ele pode melhorar significativamente a qualidade de vida urbana, ao proporcionar locais de lazer, reduzir o impacto das ilhas de calor, melhorar a qualidade do ar e da água, e promover a biodiversidade. Áreas públicas sustentáveis são essenciais para a saúde física e mental da população, oferecendo espaços de convivência e integração com a natureza. Além disso, elas desempenham um papel crucial na adaptação das cidades aos desafios ambientais impostos pelas mudanças climáticas.

É importante refletir sobre a responsabilidade dos arquitetos, urbanistas e profissionais do paisagismo em seguir essas normas ambientais. O planejamento urbano não deve ser apenas uma busca por funcionalidade e estética, mas também um compromisso com um futuro mais verde e saudável para todos. Cada projeto de paisagismo oferece uma oportunidade de promover a sustentabilidade, melhorar o bem-estar da comunidade e deixar um legado positivo para as próximas gerações. Ao incorporar as normas ambientais de forma eficaz, podemos garantir que as áreas públicas não só atendam às necessidades do presente, mas também preparem as cidades para um futuro mais equilibrado e harmonioso com o meio ambiente.

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